Você já teve a sensação de que certos livros simplesmente passam despercebidos, mesmo sendo obras-primas? Entre tantos títulos famosos nas estantes das livrarias, há sempre aquele clássico esquecido que, uma vez descoberto, deixa uma marca profunda. Hoje vamos falar sobre uma dessas joias: A morte de Ivan Ilitch, de Liev Tolstói.
Uma história simples que fala direto à alma
A morte de Ivan Ilitch não tem batalhas épicas, romances arrebatadores ou grandes reviravoltas. O que ela tem é algo mais raro: a verdade crua da vida. Neste clássico esquecido, Tolstói mergulha fundo na experiência humana, explorando com precisão cirúrgica o medo da morte, o vazio da rotina e a angústia de uma vida vivida pela metade.
O protagonista, Ivan Ilitch, é um juiz respeitado, um homem comum que leva uma vida convencional. Tudo parece estar no lugar — até que ele adoece. E aí começa o verdadeiro enredo: uma jornada interna, silenciosa e brutal rumo ao inevitável.
O impacto de uma leitura desconfortável
Esse não é o tipo de livro que você termina com um sorriso. Ao contrário, ele provoca. Incomoda. Faz pensar. Talvez por isso tenha se tornado um clássico esquecido: nem todo mundo está pronto para encarar de frente as perguntas que ele levanta. O que significa viver bem? Estamos, de fato, vivendo ou apenas seguindo um roteiro?
Tolstói não oferece respostas fáceis. Ele apenas segura o espelho e obriga o leitor a olhar.
Por que quase ninguém fala dele?
A maioria das pessoas conhece Guerra e Paz ou Anna Kariênina, mas A morte de Ivan Ilitch costuma ficar escondida nas sombras. Parte disso pode ser pelo seu tamanho — uma novela, e não um romance longo —, ou pela sua proposta intensa demais para leituras leves.
Mas é justamente esse aspecto que o torna tão poderoso. Em poucas páginas, o autor entrega mais profundidade do que muitos livros com o triplo do tamanho.
Uma leitura que combina com o momento atual
Vivemos uma era acelerada, com pouco espaço para reflexão. As redes sociais nos empurram conteúdos descartáveis e a cultura da produtividade invade até nossos momentos de descanso. Neste cenário, um clássico esquecido como o de Tolstói surge como um antídoto.
Ele desacelera o leitor. Força uma pausa. Exige silêncio e entrega. E, em troca, oferece um tipo de entendimento que não se encontra facilmente por aí.
O que torna esse livro tão especial?
Talvez o segredo esteja na honestidade. Ivan Ilitch não é um herói, nem um vilão. Ele é só um ser humano tentando entender por que, mesmo tendo “feito tudo certo”, sente que algo está muito errado.
Tolstói não romantiza a morte, nem a vida. Apenas mostra como ela é. E faz isso com uma escrita limpa, direta, e ao mesmo tempo carregada de peso emocional.
Esse clássico esquecido não precisa de artifícios para comover. Ele vai direto ao ponto — e ao coração.
Uma escolha ousada para o Literatour?
Você pode estar se perguntando: mas esse tipo de leitura funciona num clube como o Literatour? A resposta é: mais do que isso, ele é necessário.
No meio de tantas leituras divertidas e leves (que também são valiosas), incluir um livro como A morte de Ivan Ilitch é como abrir uma janela numa sala abafada. Ele oferece oxigênio intelectual. E talvez desperte conversas profundas entre os assinantes, aquelas que ficam na cabeça por dias.
Aliás, surpreender o leitor com um clássico esquecido pode ser um dos grandes trunfos de um clube de assinatura. Porque entrega não só um livro, mas uma experiência que poucos esperam — e que muitos acabam agradecendo depois.
Como esse tipo de leitura transforma quem a encara
Há algo de curioso em livros assim: eles ficam com a gente. Você pode esquecer detalhes da trama, o nome de personagens, ou até onde leu. Mas nunca esquece como se sentiu.
Muitos leitores relatam que A morte de Ivan Ilitch os fez refletir sobre suas escolhas, suas rotinas e seus valores. Não por acaso, alguns consideram essa pequena obra o livro mais importante que já leram — mesmo sem nunca terem ouvido falar dele antes.
Esse é o poder de um clássico esquecido: tocar fundo justamente por não ter a pretensão de ser algo grandioso. E é exatamente por isso que ele é.
A chance de redescobrir o que realmente importa
Se você está em busca de uma leitura que vá além do entretenimento, que te provoque e talvez até te transforme, A morte de Ivan Ilitch é uma aposta segura. Pode não ser o livro mais famoso do mundo. Mas talvez seja o mais necessário.
Dê uma chance a esse grande clássico. E prepare-se para encontrar, nas entrelinhas, algumas das perguntas mais importantes que você já se fez — e talvez, quem sabe, até algumas respostas.